ESPAÇO LIVRE

Confira o texto que a Fátima (Gestão de Pessoas) sugere para essa semana!

Ahhh, o chefe horrível. Com certeza você tem alguém em mente quando pensa num exemplo ruim de liderança. Se for uma mulher, então, a chance é grande de você ter em mente a personagem Miranda Pristley, do filme O Diabo Veste Prada.  Mas liderança ruim tem muito mais a ver com um desencontro de expectativas e posicionamentos, que de personalidade – embora a sensação que se tenha é de que é pessoal.

Porém, no mundo corporativo, conflitos quase nunca têm fundamentos pessoais. E é preciso ter muito autoconhecimento para compreender e desassociar essas ideias de que desencontro de ideias são sinais de rejeição. O primeiro passo é entender que a relação líder-liderado precisa ser uma via de mão dupla. Afinal, seu gestor não tem como adivinhar quais são seus anseios, expectativas e desagrados no dia a dia de trabalho. E nem você tem como adivinhar o que ele enxerga como sucesso para a sua posição e o que ele e a organização esperam de você. Principalmente em cenários imprevisíveis e de mudanças profundas e constantes.

Outro ponto importante é entender como a cultura da organização afeta as relações e o jogo político. Muitas vezes a sensação de que seu chefe é horrível, é também um desalinhamento de cultura. Principalmente para quem quer sair de posições de base e avançar na carreira, é preciso compreender como o jogo político se dá na cultura da organização e avaliar se isso está alinhado com os seus valores e propósitos. É muito mais fácil aprender como funciona a política corporativa com líderes e culturas que estão alinhadas com o seu jeito de ser do que tentar se adequar a algo que não faz sentido para si.

Por fim, vale lembrar que perguntar não ofende. Então, se o estilo do seu líder é de comando e controle e você prefere uma liderança que ofereça mais autonomia, o ideal é conversar com esse gestor e entender quais são as lacunas a serem preenchidas para que ele te dê mais autonomia. O contrário também é válido: se você se sente pouco visto pela liderança e precisa de mais orientações e feedbacks, é necessário questionar ao invés de ficar esperando que isso aconteça espontaneamente.

Quando Maquiavel concebeu seus dois tipos de liderança (o líder temido e o líder amado), ele não tinha como levar em conta as nuances da liderança moderna, que exige flexibilidade, empatia, rapport e comunicação clara, mas também pulso firme quando necessário. E todo mundo perde quando o líder é só amado ou só temido.

Então, na próxima vez que você tiver a sensação de que seu chefe é o problema, respire fundo e se questione o que falta nessa relação. E, se possível, marque um café ou um 1:1. Porque o diálogo é sempre o melhor caminho para compreender e solucionar esse tipo de problema.

Fonte: Equipe EdCorp UOL EdTech

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