O último domingo do mês de janeiro é marcado como o Dia Mundial de Combate à Hanseníase, uma das doenças mais antigas das quais se tem registro e que, no passado, era chamada de lepra. Em janeiro, anualmente, a Sociedade Brasileira de Dermatologia também realiza a campanha Janeiro Roxo, para conscientizar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce.
Infectocontagiosa, a doença é causada pela bactéria Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen, e possui evolução lenta: entre a infecção e os primeiros sintomas podem se passar sete anos ou mais.
A hanseníase possui duas formas, sendo que uma delas tem potencial de transmissão. A doença é crônica, não hereditária e tem como principais sintomas manchas na pele, que podem ser claras, vermelhas ou escuras, e insensíveis ao toque e ao calor. Essas manchas podem estar associadas à perda de pelos e à ausência de transpiração na região atingida. O problema também pode afetar os olhos, a respiração e os nervos periféricos.
Quando um nervo é atingido, surgem dormência, perda de tônus muscular e retrações dos dedos com as consequentes incapacidades físicas. Nas fases agudas, podem aparecer caroços e inchaços nas orelhas, pés, mãos e cotovelos.
A importância do diagnóstico precoce
Diante do aparecimento de qualquer sintoma, a recomendação é que um dermatologista seja procurado para avaliação e encaminhamento do paciente para tratamento, quando confirmado o diagnóstico.
Vale ressaltar que a hanseníase tem cura, mas se não tratada pode deixar sequelas e, quanto mais cedo é detectado o problema, mais rápida é a recuperação. Em qualquer estágio da doença, o tratamento é feito com medicamentos antibióticos por um período que varia de seis meses a um ano. Logo após a primeira dose da medicação, não há mais risco de transmissão.
Também é importante frisar que tocar na pele do paciente não causa a infecção, já que a transmissão se dá por meio do contato com gotículas de saliva ou secreções do nariz de pacientes portadores da forma transmissora, que não se encontram em tratamento e com os quais haja uma convivência muito próxima e prolongada.
Caso não haja contraindicação e a fim de reforçar o sistema imunológico, o Ministério da Saúde recomenda a vacina BCG em pessoas que moram no mesmo domicílio de quem foi diagnosticado.