No Espaço Livre desta semana, a colaboradora Maria de Fátima Silva Hassen divide conosco texto sobre a nossa percepção sobre a passagem do tempo. Confira:
Você sente que o tempo passa rápido?
Simone Oliveira
Zahran – Clear Mud
Já estamos em novembro e mal dá pra acreditar! Parece passar tão rápido, você tem essa mesma sensação? Assusta, né? Essa passagem tão rápida dos anos. Minha mãe dizia que ela vinha vivendo sua
vida bem “de boa” quando, de repente, ela piscou, e lá se foram 15 anos. E piscou de novo, mais 15, e agora ela já não está mais nesse plano.
Sabendo que a morte é certa, não importando por quais caminhos ela venha e nos retire desse mundo, muitos de nós sentimos como se a vida se esvaísse pelas nossas mãos. Se é esse seu caso, tenho uma coisa pra contar a você.
Nas minhas pesquisas e experiências, aprendi/descobri que em nosso atual estágio evolutivo, nós vivemos a vida olhando de fora. É como se estivéssemos fora da existência, olhando para ela e monitorando, manipulando, interferindo, planejando o futuro que entendemos ideal para nós, para só então, na culminação do cenário perfeito, nos entregarmos para a vida plenamente. Mas até lá vamos tentando chegar nessa “terra prometida” gastando o mínimo de energia possível, gerenciando o tempo todo o “combustível do nosso tanque reserva” para que não acabe antes de atingirmos nossos objetivos. Já viu esse filme?
Como estamos fixados nesta ideia, a vida passa e parece que não a vivemos por inteiro. Até porque, não importa o quanto planejamos – e isso vale até mesmo para as pessoas com grande capacidade de fazer as coisas acontecerem – ocorrem muitas coisas que mudam por completo nossos planos. Essas coisas se chamam Vida. A Vida acontece e tudo o que planejamos pode vir por água abaixo. E vem, cedo ou tarde. Outro fator é que, caso consigamos mesmo o que planejamos, tem sempre mais para se conseguir então não nos entregamos por completo nunca.
Ou seja, ou vivemos tentando manipular a realidade para caber nas nossas ideias do que deveria ser, ou, quando conseguimos, queremos mais. E assim, como eu disse, vamos vivendo a Vida do lado de fora. E ela passa, e muitas vezes sequer tivemos um momento de entrega absoluta para a existência. Falei entrega absoluta para a existência. Absoluta! Você sabe o que é essa experiência? Esse filme é bem mais raro…
Então é isso que descobri: o convite é viver a Vida de dentro, se entregando para o momento presente por inteiro. Não que você nunca mais vá pensar no futuro, mas quando acontecer, aquele é seu momento presente, então pense no futuro por inteiro. E quando esse momento passar, viva o que vem na sequência por inteiro: seja uma alegria, uma dor, o que quer que seja.
Ao vivermos sem essa fixação de controle, descobrimos que nosso tanque reserva de energia está conectado com a energia infinita do Kosmos. Infinita! Por isso, podemos nos entregar a cada instante sem medo da falta.
Quando vivemos a Vida do lado de dentro dela, nosso medo da morte – e todos os seus muitos substitutos – se esvaem. Nossa compulsão por manipulação cessa, porque tivemos a chance de aproveitar essa existência por inteiro, com tudo o que ela nos permite viver! O que resta de uma Vida muito bem vivida, durante e depois, é Gratidão!