PEDALANDO NA FRANÇA

O amor pelo ciclismo levou o técnico projetista Diones Alexandre de Azevedo à França na competição Paris Brest Paris, em 19 de agosto. Um dos maiores desafios em participar da prova foi seu custo alto, sobretudo porque as passagens não foram compradas com antecedência. Sem patrocínio e correndo o risco de danificar a bike, Diones chegou ao país europeu e teve dor de garganta. “Melhorei pouco antes da prova, mas tive medo de perder rendimento por conta disso”, recorda. Acompanhado do amigo Leonardo Coutinho, encarou a viagem internacional e competiu em espírito de apoio mútuo, garantindo vivências inesquecíveis.

Em 18 de agosto houve a vistoria das “magrelas” abaixo de chuva. Contudo, para o dia seguinte a previsão era de tempo bom na largada: com saída às 5h30min começou a maratona de 84 horas de duração para completar o percurso entre as cidades de Paris e Brest, com retorno à capital francesa. As temperaturas extremas constituíram outro obstáculo, com os termômetros na casa dos 33ºC de dia e 3ºC à noite. Vários atletas foram socorridos com hipotermia.

No km 700, Diones teve problemas com a quebra do taco da sapatilha, mas somente 169km mais adiante foi possível corrigir a falha. Na marca de mil quilômetros rodados, o joelho deu seu recado através de fisgadas. “Fiquei preocupado e diminuí o ritmo sem forçar demais. ”

Um dos grandes diferenciais observados por Diones foi a educação do povo francês, que no trânsito forma fila atrás dos ciclistas esperando um lugar seguro para ultrapassar. “Na maioria das vezes os motoristas passam batendo palmas e gritando palavras de incentivo. É emocionante: eu nunca tinha vivido isso! Passamos por 178 cidades, todas enfeitadas e com faixas de apoio aos competidores”. Além disso, as comunidades montavam bancas na beira da estrada e em pontos extremos ofereciam gratuitamente café, pão, bolo e água. Crianças esticavam as mãos para felicitar os esportistas.

Pedalar vira um estilo de vida, garante Diones: “O ciclismo de longa distância se torna um vício do bem. Ficamos atrás de provas cada vez mais longas. Contudo, o sonho seria que tivéssemos um pouco mais de espaço em meio ao trânsito brasileiro, seja na cidade ou nas rodovias, porque às vezes parece que somos invisíveis”, lamenta. “Quero cada vez mais incentivar as pessoas a praticarem este esporte que só traz benefícios à saúde e é maravilhoso, pois se pode fazer diversas amizades. ”

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